sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A reciclagem e a indústria do papel, parte I

Existem perguntas ainda sem resposta no mundo “verde”. A plantação de árvores, especialmente a monocultura do eucalipto, em países subdesenvolvidos como o Brasil, é apenas uma das partes da ponta do iceberg.


Antes de falar sobre Deserto Verde, químicos para branqueamento de papel e coisas do tipo, temos que parar para pensar em um aspecto cultural e complicado, sério e de solução muito pessoal e difícil, que é o papel higiênico.

Nossa sociedade de consumo nos guia para o conforto e bem estar acima de tudo, inclusive da mãe natureza, e é por isso que enfrentamos tantos desastres naturais e problemas com preservação de espécies.

Isso tudo é ainda mais complicado de se tratar quando o assunto é relacionado com o grande público, que apenas consome e busca sempre o que é "melhor para suas famílias". Muitos consumidores apenas começam a tomar decisões baseadas na preservação do planeta, como no caso da redução do uso das sacolas plásticas.

Apenas nos EUA, e esses são dados estimados do site threehuggers.com, 36 bilhões de rolos de papel higiênico são usados e descartados por ano, o que equivale a 15 milhões de árvores cortadas.

Até agora apenas algumas empresas, como a Kimberly-Clark, tentam amenizar a situação com os ambientalistas e apresentam medidas novas. Desde o rolo sem o tubo de papelão até um rolo com papel composto, com aproximadamente 40% de papel reciclado, são alternativas aos rolos normais, porém com baixo impacto ambiental.

A questão, neste caso, é a de que tanto o papel novo quanto o reciclado usam recursos naturais, como água, e produtos químicos em sua composição, e isso apenas ameniza a questão. O papel higiênico reciclado também perde sua maciez, já que as fibras de celulose não mantem qualidade a cada processo de reciclagem.

Ecologistas sugerem voltar a usar o bidê. Além questões de higiene, há evidente redução nos gastos com água, com a diminuição da produção dos rolos de papel (cada árvore consome cerca de 30 litros de água por dia). As discussões na Europa e América do Norte continuam nesse nível, sem uma ampliação mais séria.

No Brasil, porém, ainda não vi o assunto ser levado a sério na grande mídia. Por isso, vou começar uma série de reportagens para o blog Ecologize sobre o assunto, tentando ver soluções e dicas úteis e praticas para todos.

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