sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Papel de parede

Papel de parede é uma ótima alternativa, quando se fala em decoração. Podemos dar vida nova aos ambientes da nossa casa com lindos papéis e suas estampas variadas. O problema é que estes papéis, aparentemente inofensivos, podem ser feitos com vinil (conhecido como PVC), que libera as tão terríveis (e já citadas neste blog) dioxinas no meio ambiente.
É importante sabermos também que colas, adesivos e resinas (usados para tacos, papel de parede, móveis...) produzem vapores tóxicos (principalmente formaldeído) durante aplicação e secagem e isso é extremamente prejudicial à saúde.
Por falar em saúde, sabe-se que o PVC, bastante utilizado nos produtos médico-hospitalares, pode ser perigoso aos pacientes, ao meio ambiente e à saúde pública. Outros materiais estão sendo estudados como alternativa para sua substituição.
O PVC contém substâncias químicas (tóxicas) que provocam danos ambientais durante a sua produção, uso e disposição. Sua fabricação demanda grandes quantidades de cloro, que é produzido consumindo muita energia. Há fábricas que, para piorar ainda mais o quadro, usam substâncias tóxicas como mercúrio ou amianto na produção de cloro. Após sua obtenção, a próxima etapa consiste na produção de dicloroetileno, seguido de cloreto de vinil, a base do PVC. Como se não bastasse tudo isso, estes processos geram dioxinas e tanto elas quando o cloreto de vinil podem causar câncer em seres humanos.
Infelizmente, acredito que boa parte do papel de parede que achamos no mercado nacional é feito com papel de vinil (gostaria, sinceramente, de estar enganada). A empresa Mod Green Pod (veja na internet) possui papéis “vinyl-free”.
O papel com recobrimento de PVC é resistente às pequenas agressões diárias e à umidade, mas você acredita que vale à pena cobrir as paredes da sua casa com um produto que é tão prejudicial ao meio ambiente? Pense nisso.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Consumo vs Coleta Seletiva

Adorei a idéia da Cris de fazer esse blog. Sempre me interessei sobre os assuntos ligados à ecologia e ao meio ambiente, mas nunca fui atrás de maiores informações.

Assim, é uma ótima forma de, além de fazer meu próprio dever de casa, tentar ajudar aos leitores que tem as mesmas dúvidas e dificuldades que nós dois em seus lares.

O maior problema ainda é, no meu ponto de vista, o consumo. Porém vivemos num país à margem da civilização plena, em desenvolvimento e progresso até rápido desde que o Plano Real entrou em vigor.

Grande parte dos produtos também são fabricados em países, como a China, sem a menor preocupação com o futuro do planeta, e é muito raro encontrar algo que não venha de lá. Dessa forma, acho utópico pedir às pessoas que consumam menos.

Sim para que consumam de forma mais consciente e de acordo com suas necessidades. Mas o consumo, ainda que de maneira ecologicamente correta, ainda gera resíduos, o que nos leva ao segundo maior problema: a coleta e reciclagem de nosso lixo.

Ainda não conheço município que faça a coleta seletiva em todo o seu território. Geralmente é feito em áreas nobres, e nas periferias continua o caos.

Dessa forma, vou tentar fazer uma série de pequenas matérias abordando o assunto, entrevistando gente envolvida e interessada em resolver a questão, para tentar levantar soluções e não apenas mais e mais perguntas.


Lixo reciclável

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Por que juntamos tantos papéis?


Contas, recibos, notas fiscais
Se tem uma coisa que me aborrece é arrumar a bolsa ou as gavetas da sala e ver aquele monte de papeizinhos de contas, recibos, notas fiscais, etc. É incrível percebermos o quanto juntamos papel e, geralmente, nem nos damos conta disso. Até pouco tempo atrás, eu guardava um monte de panfletos e cardápios de pizzarias e outros serviços delivery, porém acabava utilizando o contato de apenas um desses estabelecimentos.
Dica: Não pegue cardápios de restaurantes que não serão usados. E pague suas contas pela internet, o que evita aquele monte dos tais papeizinhos que vão parar na sua bolsa (além de fazê-la (o) economizar tempo).

Revistas
Eu adoro revistas e confesso ficar de coração partido ao comprá-las, pois parte do papel dessas publicações sofre branqueamento com cloro (que é terrível por causa das dioxinas cancerígenas, como já comentei neste blog). Há revistas especiais que podemos guardar, mas doar as que não queremos mais é uma ótima opção para evitar a produção de lixo. Aprendi, quando era criança, a fazer colares com canudinhos feitos de páginas de revista e cola. E ficavam lindos! Sinceramente não vou parar de comprar revistas e imagino que levará um tempo para que o mundo se conscientize da necessidade da reciclagem e do uso de produtos sustentáveis.
Dica: Doe para os amigos e instituições de caridade as revistas que não quer mais.


Propaganda impressa (panfletos, encartes de supermercados, etc)
O que me incomoda muito também é a propaganda impressa e somos bombardeados com ela a todo instante. Na época da eleição a calçada da minha casa ficava imunda, cheia de panfletos (santinhos) e eu só conseguia ver diante de mim árvores derrubadas e muito CO2 jogado na atmosfera. Quando vou ao supermercado, evito pegar os encartes.
Dica: Leia os encartes nos supermercados ou drogarias e deixe-os no mesmo lugar. Se puder, não receba os panfletos que são distribuídos na rua (há tantas formas de divulgar um produto e esta, certamente, não é mais correta ecologicamente) ou guarde-os para posterior reciclagem.


Este blog foi criado com a intenção de compartilhar ideias e eu seria hipócrita se dissesse que tenho uma casa ecologicamente correta e que não consumo esses produtos tão nocivos ao meio ambiente. Mas, estou mudando e aprendendo, substituindo o que posso (porque as melhores saídas para os problemas ambientais ainda custam caro) e dividindo essas experiências aqui. Adoro descobrir novas formas de minimizar os impactos à natureza, causados por nosso consumismo e nossa vida desregrada, e espero aprender com vocês, trocar informações e ajudar a construir um futuro um pouco melhor, mais tranquilo e saudável.


Crika


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A reciclagem e a Indústria do papel II – Florestas Plantadas vs Deserto Verde

Sociedades modernas e estabelecidas dependem do papel para quase tudo. Embalagens, higiene pessoal, livros, jornais e mais dezenas de outros produtos transformaram as árvores em fonte de dinheiro.

No Brasil, 100% da madeira usada na produção de papel e celulose vem de áreas plantadas e reflorestadas, especialmente no Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul. O plantio de Pinus e Eucalipto no Brasil começou devido a incentivos do Governo nas décadas de 50 e 60, chegando a isenções e incentivos fiscais que duraram 20 anos.

Grande parte da discussão entre ambientalistas e produtores de celulose e papel no Brasil é sobre o plantio de Eucalipto (65%) e Pinus (31%) como monoculturas, o que geralmente ocorre com os grandes produtores.

A celulose do Pinus é usada na indústria para a produção de papéis mais resistentes, como para embalagens. Já a celulose do eucalipto é usada na produção desde papel para impressão a papeis mais finos, como higiênico e lenços.

São chamadas de Florestas Plantadas, pelas empresas ligadas à Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel) e também por cientistas e pesquisadores de órgãos como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, as áreas utilizadas para plantio exclusivo de Eucalipto e Pinus, em detrimento da flora local nativa, como a Mata Atlântica.

“O eucalipto tem uma tripla função altamente benéfica para o meio ambiente: sequestra carbono da atmosfera, é fonte eficiente de produção de fibras e bioenergia e contribui para a recuperação de áreas degradadas”, destaca Dario Grattapaglia, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em matéria publicada no site da Embrapa.

Em 2009, o Brasil produziu 13,4 milhões de toneladas de celulose e 9,3 milhões de toneladas de papel, segundo dados da Bracelpa. São 2 milhões de hectares de plantio feito pelas empresas da associação, e estimados 6,3 milhões de hectares de Florestas Plantadas no país segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF).

Já os ambientalistas consideram esse plantio como extremamente nocivo para o meio ambiente, e por conta de problemas sérios especialmente no estado do Espírito Santo, chamam-no de Deserto Verde.

Segundo Daniela Meirelles Dias de Carvalho, geógrafa e técnica da Fase, uma organização não-governamental que atua na área sócio-ambiental, só no norte do Espírito Santo já secaram mais de 130 córregos depois que o eucalipto foi introduzido no estado.

O pesquisador da Embrapa Florestas, Marcos Wrege, afirma: “O eucalipto é uma alternativa econômica, geradora de empregos, mas que causa impactos ao meio ambiente, por isso a área de plantio deve ser pequena.”

Segundo dados do site Ecolnews, cada árvore de eucalipto pode consumir cerca de 30 litros de água. O regime de corte das árvores deve ser aproximadamente a cada 7 anos, e segundo estudo da Embrapa deve ser interrompido a cada 3 rotações ou ciclos. Ou seja, a cada 21 anos.

Além da possível destruição do solo e vegetação nativas, a produção do papel branco utiliza produtos altamente tóxicos, inclusive cloro. Isso leva à uma preocupação maior, já que o serviço de coleta e tratamento de água, especialmente no interior do país, é praticamente nulo. Segundo dados do IBGE, 2245 municípios brasileiros não possuiam rede coletora de esgoto no ano de 2008.

O branqueamento da celulose é um processo que envolve várias lavagens para retirar impurezas e clarear a pasta que será usada para fazer o papel. Até pouco tempo, o branqueamento era feito com cloro elementar, que foi substituído pelo dióxido de cloro para minimizar a formação de dioxinas (compostos organoclorados resultantes da associação de matéria orgânica e cloro).

Embora essa mudança tenha ajudado a reduzir a contaminação, ela não elimina completamente as dioxinas. Esses compostos, classificados pela EPA, a agência ambiental norte-americana, como os mais potente cancerígenos já testados em laboratórios, também estão associados a várias doenças dos sistemas endócrino, reprodutivo, nervoso e imunológico.


Dicas de consumo (retiradas do site do IDEC)

- Reduza o uso de papel (e de madeira) o máximo possível.
- Evite comprar produtos com excesso de embalagem.
- Ao imprimir ou escrever, utilize os dois lados do papel.
- Revise textos na tela do computador e só imprima se for realmente necessário.
- Dê preferência a produtos reciclados ou aqueles que trazem o selo de certificação do FSC.
- Evite consumir papel cujo branqueamento seja feito com cloro ou hidróxido de cloro. Ligue para o SAC das empresas e exija que elas adotem uma produção mais limpa e com controle de efluentes.
- Use filtros, guardanapos e toalhas de pano em vez dos de papel.
- Recuse folhetos de propaganda que não sejam de seu interesse.
- Separe o lixo doméstico e doe os materiais recicláveis para as cooperativas de catadores. Saiba que 80% do papel que consumimos é na forma de embalagens.
- Organize-se junto a outros consumidores para apoiar ações sócio-ambientais e pressionar o governo a fiscalizar empresas, criar leis de proteção ambiental e programas de incentivo à produção limpa.

Móveis ecológicos


Será que você precisa mesmo daquela mesa de jantar nova?
Comprar móveis novos pode ser uma coisa bem divertida, mas também um crime ambiental. Além das matérias-primas usadas, há o processo de fabricação, as colas, as texturas, o enchimento (de um sofá, por exemplo), o desperdício, o processo da entrega, etc. E sem contar com o fator “consumo”, que deve ser combatido por aqueles que se preocupam com o meio ambiente.
Há opções inteligentes para quem precisa de um móvel novo. Uma reforma pode ser uma boa pedida e deixar o seu sofá com cara de novo. Como sou artista plástica, sou totalmente adepta da reforma. E você pode garimpar móveis usados interessantes em antiquários, conseguir um bom preço neles, e reformá-los. Gente, quer coisa mais chique que um móvel vintage na sua sala de estar? Ninguém mais terá uma sala como a sua. Uma mesa ou cadeira velha pode ser lixada, ganhar uma bela pintura e ficar ainda mais bonita do que a exposta na loja. Outra vantagem: vai ter a sua cara.
Se você precisa mesmo comprar, procure lojas de móveis usados ou empresas que trabalham com materiais reciclados ou reutilizados. Móveis ecológicos estão na moda e são feitos com madeira de reflorestamento e os estofados são de tecido sustentável como algodão ou linho.
Quanto ao móvel que você não quer mais, não jogue-o no lixo, como tantos fazem por aí. Doe! Há amigos que podem precisar dele, ou instituições de caridade. Eu costumo me livrar de coisas que não quero mais (como móveis e roupas) doando. Algumas dessas instituições promovem bazares e possuem oficinas para reformar o que recebem. Além de preservar a nossa amada Mãe natureza, ajudamos os nossos semelhantes.

Crika